A escalada na tensão entre os dois protagonistas foi rápida e surpreendente. Até abril deste ano, Musk nunca havia mencionado o nome de Moraes publicamente. No entanto, no dia 6 de abril, o bilionário respondeu a uma publicação do ministro no X questionando as práticas de censura no Brasil. Essa interação gerou repercussão entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a utilizar o discurso de que o país estaria sob uma suposta ditadura do Judiciário para inflamar a polêmica.
A troca de farpas entre Musk e Moraes continuou nos dias seguintes, com o empresário questionando as decisões que obrigavam a rede social a bloquear perfis identificados como disseminadores de desinformação. Tais atos levaram a um embate público, com Musk acusando o ministro de violar a lei brasileira e de atuar de forma vergonhosa.
Diante das acusações e provocações feitas por Musk, Moraes decidiu incluir o empresário como investigado em um inquérito sobre milícias digitais e ordenou a abertura de uma investigação adicional por obstrução à Justiça. A contenda entre os dois ganhou novos contornos quando a rede social X compartilhou ordens de remoção de conteúdo com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o que gerou críticas e denúncias de censura por parte de deputados republicanos.
No entanto, o ápice da disputa ocorreu quando o X anunciou o encerramento de suas operações no Brasil, alegando que as exigências judiciais do país e de Moraes violavam leis internacionais. Musk finalizou sua mensagem na plataforma afirmando que o ministro é uma “desgraça total para a Justiça”.
Até o momento, Moraes e o STF não se pronunciaram sobre a saída do X do país e as acusações feitas por Musk. A contínua tensão entre o empresário e o ministro sinaliza um cenário de conflito em meio às questões de liberdade de expressão e judicialização das redes sociais. A repercussão e desdobramentos desse embate devem continuar a ser acompanhados atentamente nos próximos dias.