A descoberta inicial foi liderada por Linhua Jiang, astrônomo da Universidade de Pequim, que defendeu seu trabalho, alegando que a probabilidade de um satélite passar diretamente na frente da galáxia distante no momento exato era mínima, argumentando contra a teoria do satélite passante. A controvérsia gerada pela disputa em torno dessa descoberta é um exemplo de um problema maior que a astronomia enfrenta: a interferência dos satélites na observação dos corpos celestes.
Cada vez mais, a órbita terrestre está se enchendo de satélites. O número já alcança mais de 9.000 e continua crescendo, com a maior parte pertencendo à Starlink, constelação construída pela SpaceX para transmitir serviço de internet para a Terra. A interferência dos satélites na atividade astronômica tem sido uma preocupação crescente para astrônomos e cientistas, pois prejudica a capacidade da astronomia terrestre de responder a perguntas fundamentais sobre o cosmos e o lugar da humanidade nele.
A comunidade astronômica tem buscado soluções para lidar com os desafios trazidos pela proliferação de satélites. Persuadir os reguladores a prestar mais atenção à indústria de satélites em expansão, desenvolver tecnologias novas e antigas, além de trabalhar com a indústria para encontrar soluções para escurecer os satélites, são algumas das estratégias empregadas. No entanto, as atuais soluções são temporárias e podem não ser capazes de lidar com a crescente quantidade de satélites orbitando a Terra.
Para tentar minimizar o impacto dos satélites na astronomia, alguns astrônomos têm proposto o uso de novas tecnologias, como detectores CMOS, que podem ser mais eficazes na captura de imagens astronômicas. No entanto, a transição para novas tecnologias é custosa e lenta, o que representa um desafio adicional para a comunidade astronômica.
Empresas como a SpaceX, que são responsáveis por grande parte dos satélites em órbita, estão buscando maneiras de reduzir o impacto negativo de seus satélites na astronomia. Tentativas de revestimento absorvente de luz, sombras sobre os satélites e revestimento de filme dielétrico têm sido realizadas, visando mitigar os efeitos negativos. O governo dos EUA também tem buscado meios de controlar e mitigar os impactos dos satélites na astronomia, através da elaboração de regras e regulamentações que exijam a coordenação e mitigação dos efeitos dos satélites na atividade astronômica.
Apesar das tentativas de mitigação, especialistas alertam que o aumento significativo do número de satélites orbitando a Terra pode tornar as soluções atuais ineficazes, exigindo que seja colocada uma restrição no número de satélites a longo prazo. A controvérsia em torno da caraterização de objetos celestes e a interferência dos satélites na astronomia é um exemplo claro das dificuldades enfrentadas pela ciência diante do avanço da tecnologia espacial. Diante disso, é essencial que a comunidade científica e a indústria busquem soluções viáveis para garantir a preservação efetiva do poder da astronomia.