Disputa acirrada pelo comando da Câmara intensifica articulações entre principais candidatos e líderes partidários.

A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados já está movimentando os bastidores do Congresso Nacional. Os principais candidatos à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) estão intensificando sua atuação na busca por apoio parlamentar e de lideranças, visando consolidar sua posição na corrida eleitoral, que acontecerá em fevereiro do próximo ano.

Lira, que não pode concorrer à reeleição, pretende transferir seu capital político para um sucessor, e as indicações de vice-presidentes da Caixa Econômica Federal nos bastidores fazem parte de sua estratégia para agregar apoio em torno de um nome de sua escolha.

Entre os candidatos que correm na frente, estão Elmar Nascimento (BA), líder da União Brasil, e Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Câmara. Segundo relatos, Lira tem afirmado a eles que apoiará quem se viabilizar na disputa. Há ainda dois líderes que correm por fora como possíveis alternativas, Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL).

Elmar Nascimento tem feito movimentos para angariar apoio, como a organização de uma viagem ao Carnaval da Bahia para cerca de 80 deputados, assim como outras caravanas em cidades como Rio de Janeiro e Recife. Já Marcos Pereira tem investido em contato direto com parlamentares e busca do apoio do governo.

No entanto, as tensões políticas entre Lira e o Planalto podem impactar o processo de sucessão. O presidente da Câmara fez um discurso crítico ao que considera acordos não cumpridos pelo governo, o que representa um distanciamento e abertura para outras lideranças da Casa se aproximarem da gestão petista.

Apesar de ainda faltar um ano para a eleição, a movimentação política intensificou-se, devido à previsão de esvaziamento da Câmara após as eleições municipais em outubro. Além disso, o PL de Bolsonaro ensaia lançar um candidato, e membros do Palácio do Planalto afirmam que o governo não deve se envolver na disputa de temas internos do Congresso.

Deputados do PT carregam o receio de repetir o erro de Dilma Rousseff em 2015, quando foi derrotada na eleição do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, abrindo caminho para um processo de impeachment. No entanto, há uma avaliação entre integrantes do Executivo de que Lira tem demonstrado uma postura de enfrentamento com o Planalto e se distanciado, o que abre espaço para outras lideranças se aproximarem da gestão petista.

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