Dióxido de carbono em Europa revela a existência de um vasto oceano escondido sob a camada de gelo, aumentando a possibilidade de vida extraterrestre

De acordo com dois estudos divulgados nesta quinta-feira (21), o dióxido de carbono detectado em Europa, uma das luas de Júpiter, é proveniente de um vasto oceano escondido sob a camada de gelo do planeta. Os dados foram obtidos pelo telescópio James Webb, alimentando as esperanças de que esse oceano possa abrigar algum tipo de vida extraterrestre.

Os cientistas têm conhecimento da possibilidade da existência de um vasto oceano de água salgada em Europa há algum tempo, tornando essa lua a principal candidata para abrigar vida extraterrestre no Sistema Solar. No entanto, ainda não é possível determinar se esse oceano tem os elementos químicos necessários para sustentar formas de vida.

Os estudos utilizaram dados do espectro infravermelho do JWST para mapear a presença de dióxido de carbono na superfície de Europa. A maior concentração de CO2 foi encontrada em uma região chamada Tara Regio, que é conhecida por ter um terreno caótico. Acredita-se que a água quente do oceano emerge dessa região, derretendo o gelo da superfície, que rapidamente se congela novamente.

Os pesquisadores concluíram que o dióxido de carbono “em última instância veio do interior, provavelmente do oceano interno”. Além disso, também foi detectada a presença de sal na região de Tara Regio, o que explica a coloração mais amarelada do terreno. Os pesquisadores acreditam que esse sal também possa ter se originado do oceano.

No entanto, ainda não foram encontradas colunas d’água ou gases voláteis na superfície de Europa, como esperado. Por isso, duas grandes missões espaciais estão programadas para se aproximarem de Europa e investigarem seu misterioso oceano. A sonda Juice, da Agência Espacial Europeia, lançada em abril, passará perto de Europa duas vezes em 2032 e poderá coletar muitas informações novas.

Além disso, a missão Europa Clipper, da NASA, está programada para outubro de 2024. Ambas as missões têm como objetivo descobrir se essas luas de Júpiter possuem condições adequadas para sustentar a vida. No entanto, as sondas não são capazes de determinar se existe vida de forma integral, pois qualquer forma de vida provavelmente estaria presa sob mais de 10 quilômetros de gelo. Caso alguma missão futura detecte vida fora do planeta Terra, essa vida provavelmente se manifestaria em forma de micróbios.

Em resumo, os estudos mostram evidências de que o dióxido de carbono encontrado em Europa vem de um oceano escondido sob a camada de gelo. Essas descobertas reforçam a possibilidade de existência de vida em Europa e incentivam futuras missões espaciais para investigar mais a fundo essa lua de Júpiter.

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