Dificuldades no diagnóstico de TDAH em adultos mais velhos revelam necessidade de abordagens adaptadas, aponta estudo

Adultos que sofrem com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) enfrentam dificuldades para obter um diagnóstico adequado, bem como acompanhamento e tratamento, de acordo com um novo estudo publicado recentemente. O TDAH é uma condição que é mais comumente associada a crianças e adolescentes, com uma prevalência de cerca de 5%. Porém, muitos adultos mais velhos que apresentam sintomas típicos do transtorno acabam recebendo diagnósticos errados ou sendo deixados sem diagnóstico.

Um dos principais problemas enfrentados por adultos com TDAH é a falta de informações sobre os efeitos combinados dos medicamentos utilizados para o tratamento do transtorno, como os psicoestimulantes, em conjunto com outros remédios usados para doenças crônicas comuns em adultos mais velhos, como diabetes e hipertensão.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade Orebro, na Suécia, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, e da Universidade de Southampton, no Reino Unido. Eles analisaram mais de cem artigos publicados sobre o tema em busca de diretrizes terapêuticas para adultos mais velhos com TDAH. Segundo as diretrizes internacionais, o diagnóstico de TDAH em adultos é feito quando há pelo menos seis ou mais sinais ou sintomas de desatenção e/ou hiperatividade a partir dos 12 anos de idade.

A pesquisa revelou que a maioria dos pacientes com diagnóstico de TDAH durante a infância ou adolescência não são acompanhados até uma idade mais avançada, o que pode prejudicar a detecção dos sintomas do transtorno em pessoas entre 50 e 55 anos. Além disso, outros distúrbios mentais, como depressão e transtorno bipolar, podem apresentar sintomas similares ao TDAH e dificultar um diagnóstico correto.

Apenas 0,9% dos indivíduos com 50 anos ou mais com diagnóstico de TDAH são tratados adequadamente para o transtorno, menos da metade do total de adultos com prevalência nessa faixa etária. O uso prolongado de terapias, que incluem medicamentos psicoestimulantes, psicoterapia e atividades psicoeducativas, pode afetar a manifestação dos sintomas ao longo do tempo.

Os pesquisadores fazem um apelo para que sejam feitos mais estudos clínicos com pessoas com 50 anos ou mais com TDAH, a fim de avaliar possíveis riscos cardiovasculares decorrentes do uso prolongado de medicamentos. Eles também destacam o aumento do uso de estimulantes por adultos jovens que buscam melhorar seu desempenho no trabalho e lidar com várias atividades ao mesmo tempo.

Embora tenha havido um aumento nos diagnósticos de TDAH em adultos jovens, especialmente mulheres, isso não significa necessariamente um aumento na prevalência geral do transtorno na fase adulta. O crescimento dos diagnósticos pode ser atribuído a um maior conhecimento sobre o transtorno e à conscientização sobre a saúde mental. As pessoas estão buscando mais informações e estão mais conscientes de que os sintomas que sentem podem ser uma condição mental.

Em suma, o estudo destaca a necessidade de melhores abordagens para o diagnóstico e tratamento do TDAH em adultos mais velhos. É fundamental que haja um maior conhecimento sobre a condição e que sejam realizados estudos dedicados a essa faixa etária, a fim de melhorar a detecção e o acompanhamento do transtorno.

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