De acordo com o processo, um dos pilotos anexou uma gravação de uma ligação telefônica feita por ele para a então coordenadora de recursos humanos da CBF, Denise Monteiro. No áudio, ela o orienta a procurar os advogados da confederação para realizar um acordo trabalhista. O piloto questionou Denise sobre quem deu a ordem para que a sua indenização fosse feita através de um acordo e não pelas vias tradicionais. Monteiro afirmou que o direcionamento vem de cima, e confirmou que Ednaldo era o responsável pela orientação.
Os advogados dos pilotos relatam o vínculo formal de ambos com a CBF, detalhando seus salários mensais e apontando coação na orientação da CBF por um acordo extrajudicial. Após uma audiência sem acordo, os advogados dos pilotos e da CBF fecharam uma proposta, e o processo agora corre em segredo de Justiça. Os valores não foram divulgados.
Ednaldo Rodrigues foi destituído da presidência da CBF após o afastamento de seu antecessor, Rogério Caboclo, alvo de denúncias de assédio contra funcionárias. Rodrigues havia chegado ao comando da entidade após firmar um TAC (Termo de ajustamento de Conduta) com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou o TAC, e Ednaldo recorreu ao STJ, mas teve seu pedido negado.
A coluna procurou ambos os pilotos, sendo que um deles afirmou que não poderia comentar devido ao sigilo do caso. A CBF não respondeu até a publicação da reportagem.
Portanto, a situação na CBF está cada vez mais conturbada, com denúncias de pagamento de despesas milionárias e casos de assédio envolvendo seus dirigentes. A entidade aguarda o desenrolar judicial para convocar novas eleições e tentar reestabelecer a ordem em sua administração.