Além do Maranhão, outros estados também apresentaram altos índices de destruição do cerrado, como Bahia, com 290,6 mil hectares desmatados, e Tocantins, com 230,2 mil hectares. Todos esses estados fazem parte do Matopiba, uma região considerada o novo vetor de desmatamento no país, englobando áreas de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O Matopiba, com seus 73 milhões de hectares, possui uma relevância significativa na produção de grãos e fibras no país, especialmente soja, milho e algodão. Grandes empreendimentos do agronegócio têm se expandido na região, recebendo licenças ambientais que possibilitam o desmatamento.
Segundo Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), é fundamental distinguir o desmatamento legal do ilegal, de modo a direcionar ações de comando e controle mais efetivas. Ela ressalta a importância de desencorajar a abertura de novas áreas para exploração, destacando a necessidade de cumprir o que prevê o Código Florestal em relação às reservas legais.
O Código Florestal estabelece que a área de reserva legal no cerrado deve ser de, no mínimo, 20%, indicando a porcentagem de vegetação nativa que deve ser preservada nas propriedades. Em contrapartida, em áreas de floresta na Amazônia Legal, esse percentual chega a 80%, evidenciando a diversidade de ecossistemas e a importância da preservação ambiental em diferentes regiões do país.