A desembargadora Jaceguara Dantas da Silva tem uma história de vida marcada por desafios e superações. Nascida em uma família humilde em Guajará-Mirim (RO), ela enfrentou o racismo desde a infância, quando se viu isolada na escola por ser a única criança negra na sala de aula. Mas foi o pai, um sargento do Exército, que deu a ela a consciência racial e a inspirou a perseguir seus sonhos.
Atualmente, aos 61 anos, Jaceguara é desembargadora do TJ-MS (Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul) e uma referência na luta pelos direitos humanos e pela igualdade racial. Em sua atuação, ela busca fortalecer a autoestima de meninas negras por meio da literatura, como no livro “Os Sonhos de Ágatha”, que escreveu com o objetivo de transmitir uma mensagem de esperança para crianças que enfrentam o racismo.
Além disso, Jaceguara também se dedica a projetos que visam promover a inclusão e a diversidade, como o trabalho em parceria com o governo do estado para traduzir a Lei Maria da Penha a oito etnias em território sul-mato-grossense. Ela também atua como coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e é ouvidora auxiliar regional da mulher no centro-oeste, designada pela Presidência do CNJ.
A desembargadora destaca a importância de não levar em consideração as convicções pessoais e trabalhar para concretizar os direitos das pessoas, independentemente de quem elas sejam. Ela cita o caso de uma mulher negra que teve os dois filhos assassinados e o papel fundamental que teve em buscar justiça para essa família.
Além de sua atuação no judiciário, Jaceguara é autora dos livros “Ministério Público e Violência Contra a Mulher” e “Os Sonhos de Ágatha”, nos quais aborda temas relacionados aos direitos humanos e à igualdade de gênero e raça.
Ao longo de sua trajetória, Jaceguara enfrentou desafios e superou obstáculos, mas sempre manteve firme seu compromisso com a justiça e a igualdade. Sua atuação é um exemplo de determinação, perseverança e coragem, e ela continua inspirando milhares de pessoas a seguir em frente na luta por um mundo mais justo e igualitário.
