Repórter São Paulo – SP – Brasil

Desembargador do PR é afastado pelo CNJ após declarações machistas em julgamento de caso de assédio.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tomou uma decisão importante nesta quarta-feira (17) ao determinar o afastamento do desembargador Luis César de Paula Espíndola, da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná. A medida foi tomada após o magistrado ter proferido declarações machistas durante um julgamento no último dia 3, o que gerou uma reclamação no órgão.

Durante o julgamento, Espíndola rejeitou a manutenção de medidas protetivas pedidas por uma jovem de 12 anos que acusou um professor de assédio, afirmando que hoje “as mulheres estão loucas atrás de homem”. Após ser interpelado por uma colega, ele chegou a chamar a fala dela de “discurso feminista desatualizado”. Posteriormente, o desembargador se desculpou, alegando que não teve a intenção de menosprezar o comportamento feminino.

No entanto, o corregedor Luís Felipe Salomão do CNJ destacou que não seria adequado manter Espíndola presidindo um órgão que trata de questões envolvendo mulheres e menores, citando a reiteração de condutas questionáveis por parte do desembargador em outras ocasiões.

O episódio gerou discussões sobre machismo no Judiciário brasileiro. A advogada Eloísa Machado, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), participou do programa Café da Manhã para debater como atitudes preconceituosas se refletem em decisões judiciais, as punições existentes e possíveis caminhos para aprimorar o sistema.

O Café da Manhã é um programa de áudio publicado diariamente no Spotify, plataforma parceira da mídia, e trata de temas relevantes da sociedade brasileira. Esta edição foi apresentada pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes e Lucas Monteiro, e edição de som por Raphael Concli.

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