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Desembargador critica feminismo durante sessão e ministro defende afastamento: “Postura ética é essencial na magistratura”

Em um caso que tem gerado polêmica no meio jurídico, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se manifestou sobre a conduta de um desembargador que teceu críticas ao feminismo durante uma sessão realizada no dia 3 de julho. De acordo com o ministro, não é razoável que o desembargador permaneça em atuação, uma vez que ele preside uma Câmara que trata de temas sensíveis como direito de família, mulheres e menores.

Durante a sessão em questão, a Corte analisava o pedido de medida protetiva a uma menina de 12 anos que denunciou ter sido assediada por um professor. Enquanto o relator do caso e a maioria dos magistrados votaram a favor de manter as medidas protetivas, o desembargador em questão, identificado como Espíndola, divergiu e fez críticas ao comportamento feminino.

Espíndola afirmou que a ação julgada iria “estragar a vida do professor” e que se tratava de um “ego de adolescente” em busca de “atenção”. Ele ainda minimizou o comportamento do professor, dizendo que ele foi apenas “infeliz” e que “aprendeu a lição”. Em resposta a uma colega que destacou a importância de considerar a palavra da vítima, o desembargador afirmou que se tratava de um “discurso feminista desatualizado” e que, na verdade, são “as mulheres que estão assediando” os homens.

Além disso, Espíndola afirmou que as mulheres “correm atrás dos homens” porque “não tem mercado” para elas, o que gerou ainda mais controvérsias. Ele defendeu a paquera como uma conduta tradicional e afirmou que as mulheres estão em busca de um companheiro. Diante dessas declarações polêmicas, o ministro do STJ entende que a postura do desembargador não condiz com os deveres éticos da magistratura e defende sua saída de atuação.

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