Os tribunais militares em todo o mundo enfrentam desconfiança, como afirmou o presidente francês Georges Clemenceau. No Brasil, a Justiça Militar carrega um histórico controverso, como a crença de que vítimas do regime militar, como Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho, teriam se suicidado, além de decisões polêmicas em casos como o de Rubens Paiva e o atentado no Riocentro.
Por outro lado, o Superior Tribunal Militar aliviou para o capitão Jair Bolsonaro, envolvido em um projeto para atacar a adutora do Guandu, e para Ailton Guimarães Jorge, que confiscava mercadorias de contrabandistas no Rio de Janeiro. Este último, inclusive, se envolveu em um episódio de saque a uma casa da qual tentou vender os itens roubados posteriormente.
Enquanto os desconfortos entre militares circulam, o Superior Tribunal Militar lida com casos como o da patrulha do Exército que resultou na morte de dois cidadãos em 2019. A tese da legítima defesa é discutida diante dos 257 tiros disparados na cena.
É importante destacar que a corporação militar apresenta diferentes espíritos, alguns bons e outros nem tanto. Exemplos de justiça e grandeza são lembrados, como o do general Peri Bevilacqua, que desafiou governos e defendeu a anistia em momentos turbulentos do país.
Peri, um dos generais mais respeitados de sua época, foi demitido do STM após manifestar suas convicções e contrariar interesses políticos. Sua luta por justiça e liberdade continua a inspirar aqueles que buscam um Brasil mais justo e democrático.
Portanto, diante dos desafios e polêmicas envolvendo a justiça militar no Brasil, é fundamental relembrar figuras como Peri Bevilacqua, que lutaram pela verdade e pela democracia, mesmo diante das adversidades. A história nos ensina a importância de defender valores éticos e morais, mesmo que isso signifique ir contra o sistema estabelecido.
