Os pesquisadores utilizaram um novo método para determinar a idade mínima da pintura, que consistiu em datar um tipo de cristal chamado carbonato de cálcio que se formou naturalmente sobre a arte. Essa abordagem inovadora marca um avanço significativo na datação de arte rupestre e pode revolucionar a forma como esses artefatos são estudados em todo o mundo.
A pintura rupestre em questão mostra uma cena singular, com um porco selvagem em destaque, acompanhado por três figuras humanas menores. Essas figuras interagem de forma complexa e sugerem a presença de uma narrativa na obra, tornando-a a evidência mais antiga de contação de histórias na arte.
Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, a proximidade e as interações entre as figuras humanas e o porco indicam que a pintura foi cuidadosamente planejada para transmitir uma mensagem específica. A cena retratada pode ter um significado mais profundo, mas os pesquisadores ainda não conseguiram decifrar totalmente a história contada na obra.
Além da pintura de Leang Karampuang, os cientistas também reavaliaram a idade de outra pintura rupestre em Sulawesi, localizada em Leang Bulu’ Sipong 4. Essa obra também retrata uma cena narrativa, com figuras híbridas caçando porcos e búfalos, e foi datada em pelo menos 48 mil anos, mostrando a riqueza histórica e artística da região de Sulawesi.
Essa descoberta coloca em questão a ideia de que a Europa foi o berço da arte de caverna, demonstrando que a narrativa e a expressão artística já estavam presentes em outras regiões do mundo há milhares de anos. A pintura de Leang Karampuang é um testemunho da capacidade mental e criativa das pessoas que habitaram Sulawesi no passado distante e abre novas perspectivas sobre a evolução da arte e da narrativa humana.