Repórter São Paulo – SP – Brasil

Desaparecidos políticos se encontram na Catedral da Sé de São Paulo para discutir programa de resistência em marcha até Brasília.

No centro de São Paulo, na Catedral da Sé, um encontro simbólico reúne os desaparecidos políticos do país. Meses depois, eles se encontram para discutir um programa político que visa combater o horror do desaparecimento forçado, uma prática histórica do Estado. A partir disso, decidem marchar até Brasília, em uma marcha política que visa dar visibilidade a esse problema e exigir justiça.

O escritor B. Kucinski, em um posfácio do livro “O congresso dos desaparecidos”, destaca a importância desse evento, pois ressalta que a expressão “desaparecidos políticos” se tornou conhecida graças aos métodos de extermínio adotados por Estados delinquentes no Sul das Américas. A marcha é uma forma de dar visibilidade a esses crimes e lutar contra a impunidade.

O livro que retrata esse encontro e a marcha até Brasília é classificado como um “drama em prosa” e possui características teatrais que destacam os cenários e personagens emblemáticos. O escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado federal desaparecido Rubens Paiva, ressalta a importância da obra de Kucinski em resgatar a memória daqueles que foram vítimas da ditadura e não tiveram a oportunidade de se despedir.

O crítico Márcio Selligman-Silva, também destaca a importância da obra de Kucinski, afirmando que ela permite reimaginar a ditadura e refletir sobre o período neoditatorial de 2016-2022. Segundo ele, a memória desse período deve ser uma espinha dorsal da resistência contra os fascismos que sempre estão presentes.

Assim, o livro “O congresso dos desaparecidos” e o evento retratado nele servem como uma forma de resgatar a memória daqueles que foram vítimas da ditadura, dar visibilidade a esses crimes e lutar contra as impunidades. A marcha até Brasília é um ato político que visa exigir justiça e não permitir que esses crimes sejam esquecidos.

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