Desafios no cuidado ao paciente com Alzheimer e lacunas de informação são realidade enfrentada por familiares, alertam especialistas

No Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer, celebrado na última quinta-feira (21), é importante destacar as lacunas existentes no acesso à informação e no apoio aos familiares de pacientes diagnosticados com essa doença. O Alzheimer, que é o principal tipo de demência, afeta milhões de pessoas no mundo todo e ainda há muito desconhecimento a respeito da doença.

O conhecimento sobre o Alzheimer ainda é pouco difundido, o que pode causar uma reação inicial de choque quando se recebe o diagnóstico. Para Marcos Mei Vergani, auditor fiscal de 56 anos que cuida da mãe de 91 anos diagnosticada com Alzheimer, é fundamental buscar apoio em grupos de pessoas que passam pela mesma situação.

Além do desafio de lidar com o diagnóstico, os familiares também enfrentam problemas relacionados à oferta de terapias. Atualmente, as opções disponíveis pelo SUS se concentram em medicamentos voltados para o controle dos sintomas, mas que não atuam para conter a progressão da doença. No entanto, duas novas drogas aprovadas pela FDA trouxeram esperança para pacientes e familiares. A lecanumabe e o donanemabe atuam reduzindo a progressão da doença, mas só são indicados para casos na fase inicial com sintomas leves.

É importante ressaltar que esses tratamentos ainda não estão disponíveis no Brasil. A empresa farmacêutica Eli Lilly ainda não solicitou o registro do seu fármaco na Anvisa e não há previsão de quando o lecanemabe poderá chegar ao país. Atualmente, os medicamentos disponíveis para tratamento de Alzheimer no Brasil são os anticolinesterásicos e a memantina, que têm uma atuação considerada modesta em comparação às drogas mais recentes.

Os cuidados com pacientes com Alzheimer envolvem mais do que apenas a terapêutica medicamentosa. É necessário contar com uma equipe multidisciplinar, incluindo geriatras, neurologistas, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, que trabalhem em conjunto para auxiliar os familiares no cuidado do paciente. A compreensão e o acolhimento são importantes para que o cuidador consiga lidar da melhor forma possível com a situação.

Um problema enfrentado pelos estudiosos da doença é o diagnóstico tardio, que muitas vezes acontece em uma fase já avançada da doença. É evidente que o tratamento iniciado na fase inicial proporciona uma melhora nos sintomas, enquanto aqueles que começam o tratamento mais tarde têm uma perda de funções muito maior.

Portanto, é crucial que haja uma maior divulgação de informações sobre o Alzheimer e que os familiares tenham acesso a um suporte adequado. Além disso, é necessário investir em pesquisas para o desenvolvimento de novos tratamentos e buscar soluções para garantir a oferta dessas terapias no SUS. A doença de Alzheimer é uma realidade que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e é preciso agir para melhorar a vida dos pacientes e de seus familiares.

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