Desafios da radicalização islâmica: Centenas de prisioneiros prestes a serem libertados preocupam autoridades francesas, aponta revista

“Alerta para a crescente ameaça de radicalização islâmica na França”

Segundo a revista francesa L’Express, um dos maiores desafios enfrentados pela França atualmente é a iminente liberação de uma centena de prisioneiros radicalizados das prisões do país. A publicação relata que a França já vem sendo avisada sobre essa problemática há anos, destacando o alerta feito pelo pesquisador Hugo Micheron em seu livro “O jihadismo francês, QGs, Síria, prisões” lançado em 2019.

De acordo com L’Express, atualmente existem por volta de 391 detentos terroristas islâmicos e 462 prisioneiros comuns suscetíveis à radicalização. Diante desse cenário, a revista questiona como evitar novos ataques, especialmente com a iminente libertação de cerca de 100 desses prisioneiros. Entre as possíveis soluções apontadas pela publicação, estão medidas como a obrigação de comparecer diariamente a uma delegacia, o uso de tornozeleiras eletrônicas, a vigilância das redes sociais e qualquer sinal de intenção violenta. No entanto, L’Express ressalta que não existe a possibilidade de risco zero nessas situações.

Outra abordagem feita pela revista Le Point é a necessidade de judicializar com mais antecedência os casos de indivíduos identificados como radicais islâmicos, bem como a imposição de penas mais rígidas para aqueles que infringem as leis antiterroristas, mesmo que ainda não tenham cometido assassinatos.

Além disso, a publicação francesa também destacou a questão da saúde mental de alguns desses detentos, sugerindo a implementação de um sistema de cuidados específicos para a criminalidade ligada ao terrorismo, especialmente no caso de indivíduos com distúrbios de personalidade. No entanto, Le Point ressalta a importância de não “psiquiatrizar” o jihadismo, ou seja, não justificar os atos terroristas como resultado de doenças mentais, mas sim como uma consequência da radicalização islâmica.

Diante desse cenário, a França se vê diante de um desafio complexo e delicado que exigirá estratégias precisas para lidar com a possibilidade de novos atentados e a radicalização de indivíduos dentro do sistema prisional do país.

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