Os parlamentares enviaram ofícios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e ao prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, pedindo que a escola de samba seja impedida de receber recursos públicos da prefeitura e do Estado no próximo ano. Eles argumentam que tal medida servirá como uma punição adequada e um sinal claro de que ofensas contra instituições e profissionais de segurança não serão toleradas no estado.
Em resposta, o prefeito de São Paulo afirmou ao Estadão que ainda não havia recebido o ofício, mas que iria analisar o pedido feito pelos parlamentares. Enquanto isso, a escola de samba alegou que seu desfile foi um manifesto que buscava homenagear e dar voz aos artistas marginalizados, especialmente no contexto do movimento hip hop.
O desfile da Vai-Vai, que tinha como tema “Capítulo 4, versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, gerou polêmica ao representar policiais com chifres e asas vermelho-alaranjadas, numa alusão a demônios. A associação com a Polícia Militar provocou indignação entre os representantes das forças de segurança.
O deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Bancada da Bala e 1º vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, questionou: “A que ponto chegamos?”. Além disso, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) também se manifestou, criticando a escola por tratar com escárnio a figura dos agentes da lei.
Diante do embate político e das críticas, a agremiação defendeu-se, explicando que seu desfile foi uma forma de inserir eventos históricos e contextuais do movimento hip hop no enredo da apresentação. A escola argumentou que as representações dos policiais como demônios faziam parte do manifesto contra a exclusão cultural vivida pelas comunidades ligadas ao hip hop.
A controvérsia em torno do desfile da Vai-Vai continua a gerar discussões e tensões políticas, enquanto a escola aguarda para ver se será punida pelas autoridades públicas de São Paulo.