Desde que o caso veio à tona, Janones tem concedido entrevistas e se manifestado em suas redes sociais. No entanto, suas declarações têm gerado dúvidas, principalmente em relação ao período em que teria ocorrido a reunião em que foi discutida a devolução de parte dos salários de seus assessores para auxiliar na recomposição de seu patrimônio pessoal.
Em uma publicação em uma rede social, Janones afirmou que a divulgação de novos áudios revelaria a “história real” e reforçou que, na época da reunião, ainda não era deputado. No entanto, a íntegra do áudio da reunião aponta para uma situação diferente, com Janones discutindo questões relacionadas ao exercício de seu mandato na Câmara dos Deputados.
Além disso, as informações prestadas à Justiça Eleitoral sobre a dívida de campanha do parlamentar em 2016 contradizem suas declarações sobre a dilapidação de seu patrimônio causado por dívidas assumidas durante a disputa à prefeitura de Ituiutaba.
O deputado também alega que a proposta de seus assessores contribuírem com parte de seus salários nunca foi efetivada, porém dois ex-assessores afirmam o contrário, indicando que o esquema de “rachadinha” teria sido colocado em prática, com devolução da parte do salário em dinheiro vivo.
Outro ponto de destaque é a suspeita de tentativa de extorsão por parte de um dos assessores, que teria pedido um carro zero quilômetro para não divulgar áudios comprometedores.
O caso está sob apuração no Supremo Tribunal Federal desde 2022, porém, as investigações correm sob sigilo. As contradições e inconsistências apresentadas por Janones têm gerado questionamentos e podem influenciar o desdobramento do caso. A assessoria do deputado tem destacado a rotina de conversas entre o parlamentar e seu grupo político desde 2015, justificando a dificuldade em precisar datas e detalhes das conversas.
O desenrolar desse caso deve continuar a gerar repercussão e pode ter desdobramentos jurídicos e políticos nos próximos meses.