A decisão de Boulos foi adiada devido a um pedido de vista, o que gerou ainda mais discussões e debates em torno do caso. O principal ponto levantado pelo deputado do PSOL foi a questão do momento em que teria ocorrido o ato suspeito, alegando que Janones ainda não havia tomado posse do mandato quando a gravação da reunião foi realizada.
No entanto, a interpretação de Boulos foi questionada, pois ele teria usado de forma distorcida uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e declarações de Janones para embasar seu voto. A íntegra da decisão do ministro Luiz Fux deixava claro que a reunião em que Janones pediu a devolução do salário dos assessores ocorreu após a posse do deputado, contradizendo a linha de argumentação de Boulos.
Além disso, o áudio que deu origem ao caso, onde Janones fala sobre a “rachadinha” em seu gabinete, foi ignorado no parecer de Boulos. Nesse áudio, Janones reconhece ter pedido contribuições aos seus assessores para reconstruir seu patrimônio, mas nega que tenha havido qualquer ato ilícito.
Boulos justificou seu voto afirmando que seguiu rigorosamente o rito do Conselho de Ética da Câmara, sem entrar no mérito das acusações, porém, sua atuação foi questionada pela forma como interpretou os fatos e evidências apresentadas.
A polêmica envolvendo Boulos e Janones ganhou destaque na mídia e despertou debates sobre a ética parlamentar e a conduta dos políticos eleitos. O desenrolar desse caso ainda promete causar mais repercussões e discussões nos próximos dias.
