Em um comício na praça Nelson Mandela, em Ramallah, capital da Cisjordânia, o premiê da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohammad Shtayyeh, afirmou que “Israel foi construída sobre os crimes que cometeu contra o povo palestino” e agradeceu à África do Sul pelo apoio à denúncia. Por outro lado, Issa Taamri expressou descrença, alegando que o mundo tem feito promessas há 75 anos sem sucesso, referindo-se à falta de impacto prático que a ação judicial pode ter em sua realidade.
Esta denúncia teve início em 29 de janeiro e a legitimidade dos argumentos sul-africanos baseados na Convenção Internacional contra o Genocídio tem sido contestada durante as audiências. O representante israelense, Tal Becker, afirmou que os argumentos sul-africanos são baseados em uma descrição da realidade deliberadamente montada e sugeriu que, se houve atos de genocídio, eles teriam sido perpetrados contra Israel.
Além disso, as relações entre a África do Sul e a Palestina remontam a 1990, ano em que Nelson Mandela foi solto após 27 anos de prisão e se reuniu com líderes que apoiavam a luta contra o apartheid, incluindo Yasser Arafat. Desde então, a África do Sul tem mantido uma postura pró-Palestina e afirmado seu apoio ao povo palestino.
Espera-se que o julgamento da CIJ resulte em uma decisão sobre medidas cautelares a serem implementadas em Gaza ainda neste mês, mas um veredito sobre as acusações de genocídio pode se arrastar por anos, já que as sentenças da CIJ são definitivas e não permitem apelações.
Portanto, a expectativa é que o veredicto da CIJ tenha desdobramentos significativos para a situação na região, mas também há a possibilidade de que o resultado final seja adiado. O julgamento continua a ser acompanhado com atenção não só por palestinos e israelenses, mas também pelo mundo todo, à medida que questões cruciais sobre direitos humanos e justiça internacional são discutidas e debatidas.