A disputa partidária em torno dos espaços tem obrigado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a fazer mudanças no tabuleiro das comissões em meio aos acordos feitos anteriormente por ele. Nesta terça-feira (20), Lira esteve reunido com líderes na tentativa de definir alguns dos entraves nos colegiados, mas saíram sem definição. Contudo, não foi a primeira vez que as lideranças estiveram juntas.
Sem Lira, os principais líderes conversaram na segunda-feira (19) na tentativa de solidificar a estratégia para cobrar do presidente da Casa a manutenção de acordos já firmados. As lideranças temem que Lira, buscando apoio para garantir a sucessão da presidência da Casa no próximo ano, possa colocar acordos já firmados em xeque.
O temor principal envolve os critérios que serão usados para a divisão dos colegiados entre as legendas. Para alguns parlamentares, ainda não ficou claro se as comissões serão distribuídas de acordo com a atual composição dos blocos partidários ou se será levado em consideração o modelo do ano passado, quando as comissões também foram definidas. O PSB, partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, pode ser impactado, pois acordo passado previa que o partido permanecesse no comando da Comissão de Indústria e Comércio.
No entanto, o MDB promete entrar na disputa pela Comissão de Orçamento, que até então estava mais inclinada a ficar sob o comando do PT. O colegiado está hoje com o PSD, que, segundo líderes, não tem caminhado no compasso desejado por Lira e pelo governo Lula, o que deve trazer dificuldades ao partido em manter comissões. O PT, por sua vez, ainda quer o comando das comissões de Saúde e Educação, enquanto o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve ficar com a Comissão de Constituição e Justiça.
Os impasses e expectativas em torno das comissões na Câmara dos Deputados têm gerado tensão entre os partidos e líderes políticos, que buscam afiançar seus interesses em meio a essa disputa pelos espaços de poder na Casa Legislativa.