Demanda por crédito cresce com queda de juros e recuperação econômica, diz presidente do Itaú Unibanco.

No atual cenário econômico brasileiro, marcado por uma queda na taxa de juros e uma atividade econômica mais robusta do que o esperado, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, relatou um aumento na demanda por crédito. Durante uma teleconferência sobre os resultados do banco no terceiro trimestre de 2023, o executivo enfatizou que a originação de crédito por parte de grandes empresas tem aumentado consideravelmente.

Nesse trimestre, o Itaú obteve um lucro líquido recorrente de R$ 9,04 bilhões, representando um crescimento de 11,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Diante da perspectiva de aumento nos lucros, a empresa está discutindo o aumento de dividendos e a recompra de ações, visando não reter capital excedente.

A valorização das ações do banco na Bolsa de Valores também reflete a confiança do mercado, com um aumento de 2,91% registrado por volta das 13h14. Maluhy destacou que a economia robusta, mesmo com uma desaceleração no terceiro trimestre, está impactando o apetite dos clientes por crédito.

Um dos fatores impulsionadores desse aumento na demanda por crédito é a redução da taxa básica de juros (Selic), que passou de 13,75% para 12,25% ao longo do ano. A expectativa é de mais um corte de 0,5 ponto percentual em dezembro, encerrando o ano a 11,75%. Além disso, a queda na inadimplência também favorece a concessão de empréstimos.

Maluhy também abordou a questão do parcelado sem juros, apontando que essa modalidade tem impulsionado a inadimplência. Ele defendeu a substituição desse modelo pelo parcelado com juros, visando financiar os clientes de forma mais competitiva.

O presidente do Itaú ainda mencionou a reunião realizada entre o Banco Central e representantes do setor financeiro para discutir a lei do Desenrola, que limita a dívida do rotativo a 100% do valor original. Os bancos têm defendido a restrição do parcelamento sem juros como forma de reduzir as altas taxas do rotativo, mas ainda não há estudos públicos independentes que comprovem tal associação.

Diante desse panorama, o setor terá até o fim do ano para definir uma autorregulação para o rotativo. Caso contrário, entrará em vigor o limite de 100% definido na lei do Desenrola. Maluhy ressaltou a importância do debate sobre essas questões, considerando o impacto significativo que essa regulamentação poderá ter no mercado de consumo e no setor financeiro como um todo.

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