A ecóloga Emanuelle Brito, pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), alerta para a grave situação dos polinizadores. Segundo ela, a perda dessas espécies está acontecendo em um ritmo tão acelerado que nem mesmo conseguimos estudá-las e entendê-las antes que desapareçam completamente. A morte em massa de abelhas no Brasil é um exemplo preocupante dessa tendência, com milhões delas morrendo devido ao uso indevido de agrotóxicos.
Essa perda de polinizadores não afeta apenas a produção alimentar, mas também o equilíbrio de ecossistemas. Brito ressalta a importância de preservar não apenas uma espécie isoladamente, mas todo o sistema ecológico para garantir a sobrevivência de diversas espécies. Ela usa a matemática e a teoria dos grafos em sua pesquisa para compreender as interações complexas entre os polinizadores e os ecossistemas em que vivem.
A pesquisa de Brito na Mata Atlântica do Rio de Janeiro tem como objetivo não apenas estudar as interações entre os polinizadores e as culturas alimentares, mas também encontrar maneiras de melhorar as práticas agrícolas. Para ela, é possível conciliar produção e conservação, produzindo mais alimentos de forma sustentável.
Além de seu trabalho de pesquisa, Brito também é uma defensora da diversidade no campo da ciência. Como jovem cientista negra, ela enfrentou muitos desafios em sua jornada acadêmica, mas acredita que a educação tem o poder de transformar vidas. Sua história inspiradora é um lembrete de que a ciência é para todos e que a diversidade é fundamental para impulsionar a inovação e o progresso científico.
Portanto, é urgente que sejam tomadas medidas efetivas para proteger os polinizadores e garantir a segurança alimentar e a conservação dos ecossistemas. A pesquisa e o trabalho de cientistas como Emanuelle Brito são essenciais para encontrar soluções sustentáveis para os desafios enfrentados pela biodiversidade e pela produção de alimentos no mundo.