Delação premiada do ex-ajudante de Bolsonaro revela novas informações sobre caso das joias sauditas e suspeitas de golpe de estado

Após a homologação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no fim de semana (9), desdobramentos a partir de diligências complementares levam o caso das joias sauditas e do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) a uma nova etapa. A PF, agora, procura reunir provas e verificar as informações cedidas pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro com o intuito de tornar o caso mais robusto e embasado.

O acordo de Cid com a PF é referente ao inquérito das milícias digitais. O inquérito investiga não só atos golpistas, mas também a própria minuta golpista encontrada no celular apreendido do militar. Além de usar tornozeleira e uma se submeter a uma série de restrições, Cid deve comparecer à sede do órgão de segurança toda segunda-feira para seguir contribuindo com detalhes e informações.

Ainda havia esperança por parte de Bolsonaro de que seu ex-ajudante de ordens “seguraria o rojão”, sem aceitar o acordo de delação premiada, mas, conforme o Congresso em Foco publicou na semana passada, o ex-presidente já se articula para ampliar sua margem de defesa com a possível contratação de mais advogados.

Na última semana, Bolsonaro esteve em um escritório em Brasília onde conversou com uma dupla de advogados criminalistas. A equipe do Congresso em Foco esteve no local e tentou falar com o ex-presidente logo após o encontro com os advogados, mas o ex-presidente não quis se pronunciar.

Mauro Cid não é só investigado pela venda de presentes da Arábia Saudita recebidos pelo ex-presidente, mas também pela adulteração de dados do Ministério da Saúde ao fraudar cartões de vacinação para viabilizar viagens aos EUA da família de Bolsonaro e da própria família depois dos resultados das eleições do ano passado. Cid também é investigado por possivelmente contribuir com uma tentativa de golpe de estado.

A delação de Cid iniciou um efeito cascata que não só lhe garantiu liberdade provisória. O ministro Alexandre de Moraes também o afastou das funções no Exército Brasileiro. O Exército confirmou no domingo (10) que o militar de fato será afastado.

Lula sobre Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez comentários sobre a delação premiada de Mauro Cid durante uma coletiva realizada na Índia, onde o presidente participou do G20.

Para Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro está comprometido com tentativas de golpe de estado. Lula ainda deu uma alfinetada em Bolsonaro no caso das joias.

“A única chance que Bolsonaro tinha de não participar disso [do golpe] era quando estava preocupado em vender as joias. Fora isso, ele é o responsável por parte das coisas ruins que aconteceram no nosso país”, afirmou o líder do Executivo nesta segunda-feira (11).

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