Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em cinco cidades brasileiras. As investigações apontam que membros dos três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, que teria se dedicado a desarticular a “Abin paralela”, organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à disseminação de notícias falsas.
Os crimes pelos quais os investigados podem responder incluem organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio. O CIN, criado por decreto de Bolsonaro em 2020, foi desmantelado pela atual direção da Abin após a operação da PF que mirou o FirstMile, utilizado entre 2019 e 2021.
O software de monitoramento foi adquirido ainda no governo de Michel Temer por R$ 5,7 milhões e produzido pela empresa israelense Cognyte. Os servidores da agência e policiais federais próximos à Ramagem e à família Bolsonaro ocuparam cargos de chefia na estrutura do CIN, apelidado de Abin paralela. A reestruturação promovida pela direção da Abin no governo de Lula (PT) resultou no desmantelamento deste centro.