Repórter São Paulo – SP – Brasil

Deepfakes impactam eleições em todo o mundo: especialistas alertam para possíveis interferências nos resultados democráticos de 2024.

No cenário político mundial, a disseminação de informações falsas e manipuladas tem se tornado uma preocupação cada vez mais presente. Recentemente, tanto no Paquistão quanto na Eslováquia, episódios envolvendo deepfakes geraram polêmicas e suspeitas durante os processos eleitorais.

No Paquistão, um vídeo com áudio falsificado do ex-primeiro-ministro Imran Khan circulou nas redes sociais antes das eleições gerais de fevereiro. Neste vídeo, produzido por meio de inteligência artificial, o líder político e membros de seu partido pediam o boicote às eleições. Vale ressaltar que Imran Khan foi condenado a 10 anos de prisão por vazamento de segredos de Estado, o que adicionou ainda mais controvérsia ao episódio.

Já na Eslováquia, durante uma eleição acirrada em outubro de 2023, um áudio deepfake viralizou nas redes sociais e influenciou o rumo da votação. Neste áudio adulterado, o líder do partido liberal Michal Simecka e a jornalista do jornal Denník N, Monika Tódová, aparentavam estar discutindo maneiras de fraudar as eleições, o que posteriormente se provou falso. Este tipo de manipulação afeta diretamente a confiança do eleitorado e pode distorcer o resultado de uma eleição democrática.

Diante destes eventos, é importante ressaltar a preocupação de especialistas, como Solano de Camargo, presidente da Comissão de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da OAB SP, sobre o impacto dos deepfakes nas eleições que ocorrerão em mais de 60 países em 2024. A utilização indiscriminada e criminosa desta tecnologia pode alterar significativamente o resultado de pleitos democráticos em diversas nações, colocando em xeque a integridade do processo eleitoral.

Portanto, é fundamental que autoridades e órgãos competentes estejam atentos e desenvolvam estratégias para combater a disseminação de deepfakes e garantir a transparência e legitimidade das eleições em todo o mundo. A segurança democrática e a confiança dos cidadãos no sistema político dependem, em grande parte, da capacidade de proteger a integridade do processo eleitoral contra manipulações virtuais.

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