Oficialmente, a gestão de Lula minimiza os resultados da pesquisa do Datafolha, divulgada recentemente. Segundo o ministro da Secom, Paulo Pimenta, as oscilações estão dentro da margem de erro e medidas econômicas e novas políticas em vigor contribuirão para reverter o quadro desfavorável.
Entretanto, interlocutores do presidente afirmam que as declarações polêmicas e improvisadas têm sido o maior obstáculo de Lula nas pesquisas de opinião. Aliados buscam isolar Bolsonaro e dialogar com eleitores do centro, enquanto uma ala mais à esquerda defende um enfrentamento mais amplo ao bolsonarismo.
A recente comparação feita por Lula entre as ações de Israel na Faixa de Gaza e as de Adolf Hitler gerou polêmica e recebeu repúdio de igrejas evangélicas, enquanto bolsonaristas se beneficiaram da situação. A preocupação com a comunicação do governo também foi destacada, levando o presidente a convocar uma reunião de emergência para discutir a situação.
Além disso, a questão do preço dos alimentos e a falta de otimismo entre os brasileiros em relação aos indicadores econômicos são pontos de crítica. Lula pediu mais eficácia na divulgação das ações do governo e cogitou a possibilidade de um governo itinerante, com mais ministros acompanhando suas viagens aos estados.
Parlamentares de oposição atribuem a queda de popularidade de Lula a falhas do governo, destacando problemas na economia e na segurança. O deputado Alberto Fraga, do PL, critica a falta de um projeto estruturado para reduzir a violência, enquanto o deputado Evair de Melo, do PP, aponta que Lula está colhendo os frutos de suas ações.