Decisão de encerrar Oficinas Culturais em SP gera crise no setor artístico e cultural, sem diálogo prévio com agentes

A decisão do governo estadual, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, de encerrar e substituir o tradicional programa Oficinas Culturais tem gerado polêmica e insatisfação entre artistas e agentes culturais de São Paulo. A medida, que foi anunciada recentemente, pegou a todos de surpresa e gerou questionamentos sobre a falta de diálogo prévio com os principais interessados.

O programa, que funcionava há 38 anos no prédio da Oficina Cultural Oswald de Andrade, além de outras duas unidades na capital e diversas iniciativas no interior do estado, agora será reformulado e ganhará o nome de CultSP Pro: Escolas Profissionais e de Empreendedores da Cultura. A proposta é que haja maior ênfase na formação técnica dos participantes, com cursos com carga horária variando de 16 a 128 horas, abrangendo áreas como música, artes cênicas e games.

A secretária de Cultura do estado, Marilia Marton, defende a mudança como um “resgate” e afirma que o diálogo foi amplo e constante com os diversos segmentos da indústria criativa. No entanto, a revogação de um edital para contratação de uma nova organização social para administrar o programa gerou ainda mais críticas e manifestações contrárias.

Diversas personalidades do meio cultural expressaram preocupação com a descontinuidade de um projeto tradicional e ressaltaram a importância da formação cultural como um todo, não apenas técnica. Além disso, a decisão do governo de recusar verbas destinadas à construção de novas unidades para o programa também gerou questionamentos sobre a falta de investimento na cultura.

No entanto, a Secretaria da Cultura reforça que as mudanças visam aperfeiçoar o programa, atendendo aos profissionais que desejam se qualificar. O novo edital deve ser divulgado em breve, com previsão de início das aulas em agosto e um investimento de R$ 10 milhões para o segundo semestre.

Diante das críticas e insatisfações, o governo destaca a importância de atender não apenas a capital, mas também o interior do estado, buscando uma maior capilaridade e inclusão de todo o território paulista. A discussão sobre os rumos da cultura e da formação artística em São Paulo certamente continuará sendo tema de debates e reflexões no cenário cultural.

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