Crise política na Espanha: Pedro Sánchez propõe anistiar independentistas catalães, trazendo divisões que atingem a capital, Madri.

O líder do Partido Popular (PP) na Espanha, José Luis Martínez-Almeida, 48, tem enfrentado desafios políticos em meio à crise política acirrada no país. Com a proposta do primeiro-ministro Pedro Sánchez de anistiar independentistas catalães, a maioria parlamentar e a divisão na Espanha se tornaram questões centrais.

No entanto, para Almeida, que governa Madri com maioria absoluta após o PP obter 29 dos 57 assentos do Legislativo local, a necessidade de formar uma maioria parlamentar não foi um problema. Durante uma visita a São Paulo para participar da assembleia geral da União de Cidades Capitais Ibero-americanas, Almeida falou sobre a crise política na Espanha, os desafios de sua cidade e a eleição de Javier Milei na Argentina.

O líder do PP acusou Sánchez de cooptar o Judiciário, destacando o imbróglio que se estende por anos no país para redefinir as regras de eleição de magistrados. Almeida também defendeu uma intervenção da União Europeia, afirmando que Sánchez mina a democracia ao fazer um acordo para anistiar terroristas.

Sobre a reeleição de Sánchez, Almeida criticou o governo, alegando que o país não pode ser governado contra metade de sua população. Ele afirmou que o governo não acredita no modelo de convivência estabelecido na Constituição de 1978 e tem o propósito de acabar com a unidade na Espanha.

Almeida também pontuou as diferenças políticas entre o PP e o PSOE, destacando que Madri tem um modelo político baseado em impostos mais baixos e confiança na comunidade para tomar decisões, em contraste com um governo nacional que tem uma hiperprodução legislativa e subiu os impostos para todos os espanhóis.

Em relação aos protestos contra a anistia proposta por Sánchez, Almeida apoiou a mobilização da sociedade e condenou os atos violentos que ocorreram. Ele afirmou que a anistia está perdoando pessoas que cometeram atos terroristas na Catalunha, o que mina a igualdade entre os espanhóis.

Almeida também destacou os desafios de Madri, afirmando que a cidade precisa gerar políticas de inclusão para pessoas em situação de vulnerabilidade e criar condições para que recuperem as rédeas de suas vidas. Ele defendeu políticas educativas como a melhor forma de inclusão.

Em meio à crise política e à polarização na Espanha, Almeida destacou a importância da responsabilidade do Parlamento e da denúncia institucional para barrar a anistia proposta pelo governo. Ele enfatizou a necessidade de defender o Estado de Direito e a Constituição, destacando o perigo que a democracia enfrenta no momento. Almeida também ressaltou a expectativa sobre um possível papel da União Europeia nesse tema, citando as intervenções em defesa do Estado de Direito na Polônia e na Hungria.

Em relação aos desafios de Madri, Almeida destacou a importância de gerir a cidade no dia a dia, mas também de criar condições para que Madri seja uma cidade com melhores qualidades de vida e serviços públicos.

No geral, Almeida enfatizou sua preocupação com a atual situação política e a necessidade de proteger o Estado de Direito na Espanha. Ele defendeu medidas para barrar a anistia proposta pelo governo e ressaltou a importância da responsabilidade e do diálogo para governar Madri.

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