Crise no setor de saúde: Prejuízo bilionário, condenações judiciais e modelo de negócio ultrapassado impactam operadoras de saúde no Brasil.

Segundo informações fornecidas pela Unimed Nacional, o hospital em questão não faz parte de sua rede de atendimento. No entanto, a empresa afirmou em nota que o reembolso será feito “o mais rapidamente possível” após a análise da comprovação do desembolso.

Essa situação levanta discussões sobre as condenações judiciais relacionadas ao setor de saúde, que apresentaram um aumento significativo de 239% entre 2011 e 2021. De acordo com uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em 81% dos processos, o resultado é favorável ao paciente. Em casos de cobertura negada, esse percentual chega a 93%.

Além disso, as operadoras de saúde também enfrentam prejuízos bilionários, registrando um déficit de R$ 10,7 bilhões em 2022, o pior resultado da história. O modelo de negócio das operadoras brasileiras, baseado no chamado fee for service, onde o pagamento é determinado pela quantidade de vezes que o serviço é utilizado, sem considerar a qualidade, foi questionado. De acordo com especialistas, médicos que realizam procedimentos com mais frequência podem acabar sendo mais lucrativos, gerando preocupações quanto à qualidade do atendimento.

Outro aspecto que tem sido discutido é o abuso na prescrição de exames laboratoriais. Segundo o IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), 40% dos exames no Brasil são desnecessários, o que representa um custo de R$ 12 bilhões ao ano.

Diante desse cenário, a qualidade e eficiência dos serviços de saúde privados são questionadas, gerando debates sobre a necessidade de reformulação e atualização do modelo de negócios dessas operadoras. A fim de discutir essas questões, o UOL News apresenta análises e debates sobre o tema, sendo veiculado de segunda a sexta-feira em duas edições distintas.

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