A crise na indústria da música ao vivo não é apenas sobre a alta ou baixa de artistas e produtoras, vai além. A morte de uma jovem em um show de Taylor Swift no ano passado, e de um rapaz no festival I Wanna Be Tour no Rio de Janeiro neste ano, contribuiu para a crise de imagem dos shows. Além disso, segundo o estudo do Mapa dos Festivais realizado pela Bananas Music, houve um crescimento de 138% na quantidade de eventos no ano passado, porém no atual ano já foram nove eventos adiados e nove cancelados.
A renomada produtora Time for Fun (T4F) também enfrenta desafios, com uma queda de aproximadamente 65% no valor de suas ações, passando de R$ 4,72 para R$ 1,62. A T4F, responsável pela turnê de Taylor Swift, contraria o índice Ibovespa que teve um aumento de 7,6% no mesmo período. A situação é preocupante, pois os maiores festivais do país também estão sendo afetados, com diminuição significativa do público em eventos como Lollapalooza e Rock in Rio.
A crise no setor dos shows e festivais está mais relacionada às mudanças no comportamento do público do que com a situação econômica do Brasil. A alta nos preços dos ingressos, a demanda por artistas e o aumento dos cachês estão entre os principais desafios enfrentados pelo mercado. A crise na indústria musical mostra a disparidade entre o sucesso nas plataformas digitais e no mundo real, revelando que um grande número de seguidores online não se traduz necessariamente em resultados positivos em apresentações ao vivo.
A procura por artistas internacionais, como Taylor Swift e The Weeknd, demonstra a exceção à regra, já que seus shows geram uma grande disputa por ingressos. No entanto, artistas nacionais enfrentam desafios, com uma queda no interesse do público e dificuldades em vender ingressos. A crise atual exige ajustes no mercado de shows e festivais para garantir sua sustentabilidade a longo prazo. A indústria da música ao vivo passa por um momento de redefinição, onde a adaptação e a inovação serão fundamentais para superar os desafios e retomar o crescimento.