Repórter São Paulo – SP – Brasil

Crise na liberdade de imprensa na Argentina: Agência estatal fechada e jornalistas afetados pelo governo de extrema direita de Javier Milei.

O governo argentino está enfrentando críticas e controversas após a decisão de fechar a agência de notícias estatal Telam. O presidente de extrema-direita, Javier Milei, anunciou em março o fechamento da empresa de 78 anos, alegando que ela era um instrumento de propaganda.

Desde então, os funcionários da agência foram dispensados de suas funções e os prédios da Telam em Buenos Aires foram cercados. O site da agência está fora do ar, exibindo uma mensagem de “Página em reconstrução”, enquanto todos os programas de notícias de fim de semana foram suspensos, juntamente com o cancelamento de programas ao vivo na televisão pública.

Além disso, o pagamento de horas extras e feriados na Radio Nacional, estação de rádio pública, foi cortado, resultando no cancelamento da programação de fim de semana em 49 estações de rádio no interior do país.

Essas medidas autoritárias do governo argentino geraram preocupações sobre a liberdade de imprensa no país. De acordo com o relatório anual da Repórteres Sem Fronteiras, a Argentina caiu 26 posições no ranking de liberdade de imprensa, agora ocupando o 66º lugar. Essa queda é especialmente preocupante considerando que o relatório foi publicado no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, defendeu a decisão de fechar a agência Telam, argumentando que não faz sentido manter correspondentes no interior do país se a agência está fechada devido a licenças médicas dos funcionários. No entanto, críticos alegam que essa medida é uma tentativa de controlar a narrativa e restringir a liberdade de imprensa no país.

Diante desses eventos, a sociedade argentina e a comunidade internacional estão atentas às ações do governo e às possíveis repercussões para a liberdade de imprensa e a democracia no país.

Sair da versão mobile