Segundo o diretor da ONG Crescer, Américo Nave, nos últimos dois anos tem crescido o número de pessoas estrangeiras em situação de rua em Portugal, incluindo cidadãos de diversas nacionalidades, como Bangladesh, Paquistão e Brasil.
Recentemente, chamou atenção a situação de brasileiros vivendo em um acampamento improvisado na grande Lisboa, onde muitos estão alojados em tendas de plástico. Américo Nave criticou as atuais ofertas públicas de apoio aos sem-teto em Portugal, alegando que o Estado não oferece soluções adaptadas às diferentes realidades dessas pessoas.
O diretor da ONG afirmou que os auxílios podem ser ainda mais limitados para os estrangeiros em situação irregular no país, principalmente pela barreira da língua e pela falta de acesso a abrigos e auxílios de habitação.
A crise habitacional em Portugal tem sido caracterizada como uma crise pelo governo, que tem tentado implementar medidas de apoio. A cidade de Lisboa lidera rankings internacionais de inflação imobiliária, com aluguéis registrando uma alta média de 43% em relação a dezembro de 2021.
A disparada de preços tem dificultado as iniciativas de housing first, que disponibilizam casas diretamente para os sem-teto. O projeto de housing first da associação Crescer, chamado É uma Casa, tem enfrentado constantes pedidos de rescisão de contratos e tentativas de aumento de valores, devido ao aumento no custo da habitação.
Para Américo Nave, o maior entrave ao atendimento das pessoas em situação de rua é o estigma. Segundo ele, quando alguém fica em situação de rua, recebe um rótulo negativo, o que acaba sendo uma barreira para que essas pessoas saiam dessa situação.
Em 8 e 9 de novembro, especialistas internacionais estarão reunidos em Portugal para um congresso sobre o tema. O objetivo é discutir e encontrar soluções para a situação das pessoas em situação de rua no país.
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