O resultado imediato desses ataques foi o desvio de grandes empresas de navegação da rota tradicional do Mar Vermelho, que inclui o Canal de Suez. Em vez disso, os navios de carga estão contornando o Cabo da Boa Esperança, ao sul da África, aumentando significativamente o tempo médio de viagem da Ásia para a Europa em cerca de dez dias. Esse desvio tem gerado aumento nos custos de transporte, devido a despesas maiores com seguros e combustível, além de causar atrasos em portos na Europa e na Ásia.
A situação se agrava com a possibilidade iminente de a guerra em Gaza se expandir para o Oriente Médio, com ameaças de um ataque direto do Irã a Israel, o que poderia levar ao fechamento do Estreito de Ormuz. Essa passagem estratégica, localizada na abertura do Golfo Pérsico e responsável pelo tráfego de aproximadamente um terço do comércio mundial de petróleo, é alvo frequente de ataques iranianos contra navios comerciais. O fechamento do estreito traria consequências desastrosas para o comércio global, com potenciais atrasos e custos ainda mais elevados.
Além disso, há o temor de uma terceira frente na crise do transporte marítimo, caso as tensões entre a China e seus vizinhos se intensifiquem. A possibilidade de evitar partes do Mar da China Meridional poderia gerar novos atrasos e aumento de custos, provocando escassez de produtos e commodities e reduzindo a receita dos principais portos asiáticos, como Singapura, Malásia e Taiwan.
Diante desse cenário complexo e incerto, o setor de transporte marítimo enfrenta desafios sem precedentes e precisa encontrar soluções estratégicas para garantir o fluxo contínuo de mercadorias e minimizar os impactos da crise global.