Em 1995, o Acordo de Oslo II concedeu à Autoridade Nacional Palestina (ANP) jurisdição marítima sobre águas a até 20 milhas náuticas da costa. Um campo de gás, o Gaza Marine, foi descoberto entre 17 e 21 milhas náuticas da costa de Gaza no mesmo ano. A ANP assinou um contrato de 25 anos para exploração de gás com o British Gas Group em 1999. No entanto, apesar das discussões iniciais sobre a venda de gás desse campo, os palestinos não obtiveram nenhum benefício, já que desde o bloqueio de Gaza em 2007, o governo israelense estabeleceu um controle de fato sobre as reservas de gás natural offshore de Gaza.
Além disso, Israel assumiu o controle do campo de petróleo e gás natural de Meged, localizado dentro da Cisjordânia ocupada. A empresa contratada, a British Gas, tem negociado com o governo israelense, ignorando efetivamente o governo palestino em relação aos direitos de exploração e desenvolvimento.
A situação é ainda mais complicada com o desenvolvimento de novas descobertas de petróleo e gás no Mediterrâneo Oriental por Israel, exclusivamente para seu próprio benefício. Isso levanta questões legais e humanitárias, já que Israel está agindo em violação à lei e ao princípio das Regulamentações de Haia, da Quarta Convenção de Genebra e de um conjunto de leis internacionais humanitárias e de direitos humanos.
A participação justa nas receitas de petróleo e gás poderia proporcionar aos palestinos um financiamento sustentável para investir em reconstrução, reabilitação e recuperação econômica de longo prazo. Contudo, Israel continua impedindo que os palestinos desenvolvam seus campos de energia para explorar e se beneficiar de tais ativos.
Diante desse panorama, é crucial entender que as disputas e tensões envolvendo petróleo e gás natural não podem ser separadas do contexto político que as envolve. O desenvolvimento dos recursos de petróleo e gás natural na região é intrinsecamente ligado à complexa situação política entre Israel e Palestina, complicando ainda mais uma situação já complexa.
Ignorar essas complexidades só pode prejudicar a compreensão dos determinantes cruciais que impactam a questão dos recursos naturais nessa região. Portanto, é fundamental considerar toda a complexidade do conflito ao analisar essas questões.