Desde 2019, o país vem enfrentando uma crise profunda, com problemas de fornecimento de energia, inflação descontrolada e desvalorização da moeda local. A instabilidade econômica é resultado, em grande parte, de um passado marcado pela guerra civil que assolou o país entre 1975 e 1990. Com um sistema político conturbado e ineficaz reconstrução após o conflito, a dívida pública aumentou significativamente, assim como a relação entre dívida e PIB.
A situação se agravou a partir de 2019, quando o governo anunciou um novo imposto para o uso do WhatsApp, desencadeando uma onda de protestos populares. Esses protestos expuseram a fragilidade do governo e do sistema político, desencadeando uma crise financeira que persiste até os dias atuais. Em março de 2020, o país declarou calote de sua dívida pública, agravando ainda mais o cenário econômico.
Além disso, a pandemia de Covid-19 também afetou profundamente a economia libanesa, desorganizando mercados e impactando a atividade turística. Em agosto de 2020, a explosão no porto de Beirute agravou ainda mais a situação, matando centenas de pessoas e causando bilhões de dólares em danos.
Atualmente, a pobreza atinge 44% da população do Líbano, e a inflação disparou para mais de 230%. Mesmo com a redução da dívida pública, a relação entre dívida e PIB continuou crescendo. Há alguns sinais de que o país pudesse começar a se recuperar, como o aumento do investimento estrangeiro direto, mas a escalada do conflito com Israel no sul do país cria novos desafios e incertezas.
A população libanesa enfrenta uma situação crítica, com milhares de deslocados internos e a perspectiva de uma crise humanitária em grande escala. Muitos buscam refúgio em países vizinhos, como a Síria, em busca de segurança e estabilidade. A diáspora libanesa, que tem aumentado diante da crise, também enfrenta desafios para lidar com a situação no país de origem.