Essa proliferação de farmácias e drogarias reflete a ênfase na comercialização de medicamentos como forma primordial de promover a saúde no Brasil. A saúde, muitas vezes, é tratada como um produto de consumo, o que dificulta a visão da mesma como um direito fundamental com diversas dimensões. Além disso, a presença massiva de estabelecimentos farmacêuticos também revela uma tendência de medicalização da sociedade, onde a solução para os problemas de saúde é vista principalmente no uso de medicamentos, deixando em segundo plano medidas preventivas e hábitos saudáveis.
Um exemplo marcante da indústria farmacêutica é o caso da GSK, sexto maior grupo farmacêutico do mundo, que foi multado em 3 bilhões de dólares por fraudes envolvendo diversos medicamentos. A empresa foi acusada de vender antidepressivos como pílulas de emagrecimento, ocultar resultados de pesquisas sobre riscos cardíacos, e comercializar remédios sem eficácia comprovada, entre outras práticas condenáveis. Esse caso evidencia as distorções presentes no modelo de negócios da indústria farmacêutica, que acabam por comprometer a saúde da população.
As relações entre a indústria farmacêutica e a comunidade médica também são objeto de críticas, com denúncias de influência nas diretrizes acadêmicas, patrocínio de viagens e palestras, fixação de indicadores para aumentar o uso de medicamentos, entre outras práticas questionáveis. O sistema de consultas médicas se tornou padronizado em sessões rápidas e baseadas em exames laboratoriais, culminando na prescrição excessiva de medicamentos.
Além disso, os altos investimentos em marketing por parte das grandes farmacêuticas lançam dúvidas sobre as prioridades do setor, com o gasto em propaganda superando o investimento em pesquisas. Para garantir uma melhoria efetiva na saúde pública, é fundamental investir em ações preventivas e resgatar a atenção primária à saúde, de acordo com especialistas.
No âmbito individual, a promoção da saúde e prevenção de doenças está diretamente ligada aos hábitos diários das pessoas. A sabedoria popular de que “é melhor prevenir do que remediar” ressalta a importância de adotar hábitos saudáveis para garantir o bem-estar físico, mental e social. Em última instância, a saúde não deve ser tratada unicamente como um produto de consumo, mas sim como um direito fundamental que demanda uma abordagem ampla e preventiva.