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CPMI dos Atos Golpistas votará em bloco os próximos seis convocados a deporem sobre ataques às sedes dos Três Poderes.

Na tarde desta terça-feira (26), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas realizará uma reunião para votar em bloco os próximos seis convocados a deporem sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), afirmou que não haverá espaço para destaques, ou seja, todos os nomes propostos devem ser aprovados ou rejeitados de forma unânime.

Maia adiantou que um dos nomes que serão votados é o do diretor da Força Nacional de Segurança, José Américo de Souza Gaia, militar responsável pela guarda naquela data. Além disso, há chances de o responsável pelo Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional, Sandro Augusto de Sales Queiroz, ser convocado.

A convocação de representantes da Força Nacional de Segurança Pública é um pedido direto da oposição, que busca responsabilizar o ministro da Justiça, Flávio Dino, por omissão por não acionar a corporação para remover a turba de manifestantes bolsonaristas que invadiu as sedes dos Poderes.

As últimas reuniões da CPMI foram prejudicadas por liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizaram a ausência do militar Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro implicado no caso das joias sauditas, e da subsecretaria da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Marília Alencar. No entanto, a reta final da CPMI contará com mais seis audiências com depoimentos.

Maia só considera a possibilidade de prorrogação da comissão se a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) pedir mais tempo. A entrega do relatório está prevista para entre meados de outubro e início de novembro. Os seis depoimentos restantes serão divididos em quatro a pedido do governo e dois de interesse da oposição.

“A votação em bloco é uma forma que eu encontrei de submeter à apreciação do plenário essa questão da aprovação do comando da Força Nacional. Eu, sinceramente, por uma questão de justiça, acho que não faz sentido termos ouvido a Polícia Militar do Distrito Federal e várias pessoas do Exército através de várias pessoas que estavam lá no dia 8 de janeiro e não termos ouvido ninguém da Força Nacional, que foi um tema recorrente nesses debates”, destacou Maia.

Além disso, Maia adiantou que a acareação entre Jair Bolsonaro e Mauro Cid não está prevista no acordo, assim como o pedido de Relatórios de Inteligência Financeira do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A votação tem como objetivo determinar os últimos a serem ouvidos pelo colegiado misto.

Segundo o deputado Rogério Correia (PT-MG), o requerimento para convocar Mauro Cid novamente à CPMI já foi aprovado. Ele adiantou que o nome de Jair Bolsonaro está presente para ser votado como depoente na terça-feira. Correia afirmou que não há mais dúvidas em relação à participação do ex-presidente no processo de tentativa de golpe de estado, com base principalmente na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O militar teria afirmado que Bolsonaro convocou uma reunião do comando das Forças Armadas para apreciar uma minuta do golpe após o segundo turno.

Já o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) afirmou que Arthur Maia sempre deixou evidente que não pautaria nada referente a Bolsonaro. “É um limite que ele coloca a partir da visão que ele tem. Na nossa compreensão, Bolsonaro está implicado nessa trama golpista, mas indiciá-lo ou não sequer depende de convocá-lo porque outros elementos comprobatórios vão se desenvolvendo.” Vieira acrescentou que apresentou um requerimento de convocação de Tércio Arnau, ex-assessor do Bolsonaro, vinculado à secretaria da presidência. Arnaud é investigado em inquérito sobre as milícias digitais que o aponta como o operador estratégico do gabinete do ódio.

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