Corte Internacional de Justiça ordena medidas para evitar genocídio em Gaza, mas não estipula cessar-fogo; disputa entre Israel e Palestina se intensifica

Decisões da Corte Internacional de Justiça sobre a guerra na Faixa de Gaza se tornam alvo de disputa

As decisões emitidas na sexta-feira (26) pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a guerra na Faixa de Gaza tornaram-se o centro de uma disputa entre organizações ligadas a Israel e Palestina. O veredito não atendeu totalmente a nenhuma das partes e gerou reações divergentes.

Os juízes reconheceram que o tribunal tem jurisdição para julgar se Israel comete genocídio, como alega a África do Sul, mas não ordenaram um cessar-fogo, frustrando também os palestinos. Em vez disso, a Corte de Haia exigiu que Israel tome “todas as medidas ao seu alcance para impedir” um genocídio e instou os grupos armados que mantêm reféns no território palestino a libertá-los sem condicionantes.

A expectativa era de que fosse emitida uma ordem de trégua na guerra que se estende desde o dia 7 de outubro. No entanto, o veredito não atendeu a essa expectativa, resultando em reações controversas por parte das partes envolvidas.

Tanto para Israel como para organizações pró-Israel, a decisão foi vista como positiva. O presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel, afirmou que a decisão acertou ao não acatar o pedido de cessar-fogo unilateral proposto pela África do Sul. A entidade StandWithUS celebrou a rejeição à trégua e destacou que o tribunal não se pronunciou sobre a alegação “infundada”, segundo a organização, de que Israel executa um genocídio.

Por outro lado, o Comitê de Coordenação Anti-Apartheid Palestino definiu o veredito como uma derrota para Israel. A organização salientou que, embora a Corte não tenha ordenado explicitamente um cessar-fogo imediato e permanente para pôr fim ao genocídio, os Estados devem ser pressionados a cumprir suas obrigações legais de impor um cessar-fogo.

Enquanto a disputa sobre as decisões da CIJ continua, relatórios da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários mostram a urgente necessidade de corredores humanitários ininterruptos e seguros para a entrega de ajuda crítica em Gaza, onde a fome assola os palestinos. Médicos e organizações de saúde alertam para o cenário desolador, com bebês nascidos doentes de mães desnutridas e a projeção de que milhares de crianças estarão sob risco de desnutrição nas próximas semanas, prejudicando seu crescimento físico e desenvolvimento cerebral.

Assim, a decisão da CIJ tem impacto tanto político quanto humanitário, levantando diversas opiniões e desencadeando uma série de repercussões. A guerra na Faixa de Gaza continua a ser uma questão delicada e problemática, com desafios humanitários que necessitam de atenção urgente.

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