Repórter São Paulo – SP – Brasil

Corrida à prefeitura de São Paulo: Boulos enfrenta fator “boi da cara preta”, revela pesquisa da Quaest.

Na corrida à prefeitura de São Paulo, no primeiro turno, a retórica política se tornou acirrada entre os candidatos Pablo Marçal, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Marçal e Nunes priorizaram tentar colar em Boulos a pecha de esquerdista radical, numa estratégia que parece ter surtido efeito, de acordo com a última pesquisa da Quaest, divulgada recentemente.

O levantamento revelou que quase metade dos eleitores paulistanos (45%) declararam ter “medo” de uma possível vitória de Boulos. Além disso, Nunes também enfrentou ataques de seus adversários, que o vincularam a casos de corrupção e agressão doméstica. Marçal chegou a apelidá-lo de “bananinha”. No entanto, apenas um terço do eleitorado (32%) demonstra receio com relação à reeleição do atual prefeito.

A estratégia de desconstrução de imagem de Boulos envolveu um processo de infantilização da retórica política, comparável a cantigas de ninar utilizadas para incutir medo em crianças. A criação de um medo irracional de uma suposta invasão comunista, que poderia resultar em assombrações invadindo residências, foi explorada com o intuito de conquistar eleitores que temem mudanças bruscas.

Esses dados refletem não apenas a polarização política que tem marcado as eleições municipais em São Paulo, mas também apontam para a eficácia das estratégias de desconstrução de imagem utilizadas pelos candidatos. O medo e a incerteza acabam se tornando ferramentas poderosas durante o período eleitoral, moldando a percepção do eleitorado e influenciando suas decisões nas urnas. A campanha para o segundo turno promete intensificar ainda mais essas dinâmicas, mostrando que a retórica política continua desempenhando um papel crucial no cenário eleitoral brasileiro.

Sair da versão mobile