Após mais de dois anos sem alterações na taxa, desde agosto de 2022, quando houve um aumento de 13,25% para 13,75%, a Selic permaneceu estável até o início do processo de flexibilização do aperto monetário em agosto do ano passado. Nesse período, ao longo do ciclo de queda, a taxa sofreu um recuo de 3,25 pontos percentuais, com seis reduções de 0,5 ponto e uma de 0,25 ponto.
A decisão do Copom de aumentar os juros em 0,25 ponto percentual estava alinhada com as expectativas do mercado financeiro, conforme indicado por um levantamento feito pela Bloomberg. Esse foi o primeiro encontro do Copom desde que Gabriel Galípolo, indicado por Lula à presidência do Banco Central, foi anunciado. Galípolo passará por sabatina no Senado em 8 de outubro.
A movimentação dos juros no Brasil contrastou com a política adotada pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, que cortou as taxas em 0,5 ponto percentual para a faixa entre 4,75% e 5%. Considerando o cenário favorável para a taxa de câmbio de países emergentes, como o Brasil, essa redução nos EUA pode amenizar a pressão sobre os próximos passos do BC brasileiro.
Além disso, a economia brasileira continua aquecida, enquanto a preocupação com a trajetória da inflação aumenta devido às mudanças climáticas e aos efeitos da estiagem sobre os preços de alimentos e energia elétrica. A projeção para o IPCA, índice de inflação, está em 4,35% para este ano e 3,95% para 2025, ainda distante do centro da meta estabelecida pelo BC. Com os desafios econômicos à frente, o Copom estará atento a essas variáveis ao se reunir novamente em novembro para definir os rumos da política monetária.