Conversa com apoiador de Bolsonaro acaba com plano de Aras de continuar como Procurador-Geral da República.

O empresário Alexandre Nigri, investigado pela Polícia Federal (PF) juntamente com o proprietário da Havan, Luciano Hang, recebeu um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para repassar mensagens com ataques às urnas eletrônicas, como confirmado pelo próprio Bolsonaro. De acordo com as investigações, não se tratou de um “abuso”, como inicialmente divulgado, mas sim de uma ação orquestrada por figuras influentes no governo.

A defesa de Nigri afirmou que ele apenas “perguntou a opinião” ao procurador-geral da República, Augusto Aras. No entanto, a proximidade manifestada entre Nigri e Aras, além da relação próxima deste último com Bolsonaro, dão um sentido diferente à consulta. Aras, inclusive, emitiu seu juízo de valor antecipadamente e, posteriormente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o trancamento da investigação contra Nigri e outros empresários. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, autorizou a continuidade do inquérito.

Uma reportagem da Folha de S.Paulo, de 23 de agosto do ano passado, revelou a irritação de Aras com a operação da PF de busca nas residências dos empresários bolsonaristas, pois ele sabia que isso demonstrava desconfiança do STF em relação à PGR. Além disso, o portal Jota divulgou que nos celulares apreendidos pela PF foram encontradas trocas de mensagens entre os empresários e Aras, com críticas a Alexandre de Moraes e comentários sobre a candidatura de Bolsonaro.

No entanto, as reclamações de Aras não podem encobrir as omissões graves da PGR nos últimos quatro anos. Essas omissões contribuíram para o enfraquecimento das instituições e abriram caminho para a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão e vandalismo nas sedes dos Três Poderes.

É importante ressaltar que essa investigação em andamento tem como objetivo garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral, uma vez que atacar as urnas eletrônicas envolve a segurança do sistema democrático brasileiro como um todo. O papel da PF e do STF nesse caso é fundamental para a proteção da democracia e do Estado de Direito.

O desdobramento dessas investigações poderá trazer mais informações sobre a relação entre empresários bolsonaristas, o ex-presidente Bolsonaro e figuras influentes nos órgãos do poder público. Resta aguardar e acompanhar os desdobramentos desse caso, que promete ter um impacto significativo no cenário político brasileiro.

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