Convento de Santa Clara em Belorado é palco de disputa após freiras abandonarem a Igreja Católica e se unirem a sacerdote excomungado

No interior da Espanha, um conflito envolvendo dez freiras do Convento de Santa Clara, na cidade de Belorado, vem tirando o sono das autoridades eclesiásticas locais. As religiosas decidiram romper com a Igreja Católica em meados de maio deste ano, colocando-se sob a autoridade de um sacerdote excomungado, Pablo de Rojas Sánchez-Franco.

A situação se tornou ainda mais delicada quando houve a alegação de que as irmãs estariam vivendo em um local que não lhes pertencia mais, já que não eram mais parte da ordem religiosa. Localizado no coração de um povoado de 1.800 habitantes, o convento do século XV se tornou palco de uma disputa sobre propriedade e questões de pertencimento.

Fundador da “Pia União de São Paulo Apóstolo”, Pablo de Rojas Sánchez-Franco foi excomungado da Igreja Católica em 2019 e se diz adepto do “sedevacantismo”, movimento que considera hereges todos os papas que sucederam Pio XII. O arcebispo de Burgos confirmou a presença do sacerdote e de outra pessoa não identificada no convento das freiras.

O conflito teve início com a anulação da compra de um convento no País Basco espanhol. Em 2020, as freiras chegaram a um acordo com o bispado vizinho de Vitória para adquirir o Convento de Orduña, mas a venda foi bloqueada “por Roma”, segundo a versão das religiosas.

Sem estabelecer um prazo para solucionar a questão, as autoridades eclesiásticas locais afirmam querer agir com prudência e respeito, na esperança de que as freiras percebam que não deveriam mais permanecer no convento de Santa Clara. O desfecho desse embate entre as irmãs rebeldes e a Igreja Católica ainda é incerto, deixando a comunidade local em suspense.

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