Repórter São Paulo – SP – Brasil

Conselho da Petrobras tem disputa interna por pagamento de dividendos em meio a interesses políticos e eleitorais no governo: entenda a situação.

O governo atualmente detém seis vagas no conselho da Petrobras, e no mês passado houve uma movimentação significativa nesse cenário. João Prates, representante do governo, conseguiu pela primeira vez emplacar um indicado, Rafael Dubeaux, numa estratégia conjunta com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa nomeação ocorreu em meio a uma disputa sobre o pagamento de dividendos extras para os acionistas, e Dubeaux foi escolhido com o objetivo de quebrar a hegemonia de um grupo conhecido como “silveirinhas”.

Sob a liderança de Pietro, indicado do ministro, o conselho decidiu não distribuir os dividendos aos acionistas, apoiado por um relatório técnico que alertava para possíveis impactos negativos na imagem da empresa. Essa decisão foi ainda respaldada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, resultando em um conflito de interesses para Prates, que se absteve na votação, indo contra a posição do presidente e quase colocando seu cargo em risco.

Além disso, o governo tem demonstrado insatisfação com a falta de avanço em investimentos na indústria naval, projetos de fertilizantes e gás natural, áreas consideradas prioritárias pela gestão petista. Prates, embora seja reconhecido no mercado de petróleo e gás, é visto como alguém que travou a empresa devido a sua ambição política de concorrer ao governo do Rio Grande do Norte em 2026.

O CEO da Petrobras tem buscado realizar mudanças no conselho de administração, tentando emplacar outros nomes, como Aloizio Mercadante e Miriam Belchior, mas ambos recusaram a indicação. A expectativa é que a questão dos dividendos seja novamente discutida na próxima reunião do conselho e que, desta vez, seja aprovada. Além disso, houve atritos públicos entre Lula e o ministro de Minas e Energia em relação à condução do tema, indicando um ambiente de tensão e disputas políticas no âmbito da Petrobras.

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