Congresso do PSOL torna-se cenário de briga entre militantes, enquanto historiadora capixaba assume a presidência do partido.

A historiadora capixaba Paula Coradi, de 38 anos, teve uma semana tumultuada ao ser eleita presidente do PSOL, um dos principais partidos de esquerda do Brasil. O congresso interno que a elegeu foi marcado por brigas entre militantes, enquanto o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, enfrentou críticas de rivais por causa de uma greve organizada por correligionários contra privatizações. Além disso, a deputada federal Sâmia Bomfim, parlamentar do PSOL, teve seu irmão assassinado no Rio de Janeiro.

Em entrevista à Folha, Paula Coradi reconhece os desafios que enfrentará como presidente do PSOL. Ela destaca a necessidade de combater a extrema direita no país, representada por Jair Bolsonaro, e de contribuir para o sucesso do governo de Lula. Paula enfatiza que o PSOL é um partido que representa uma esquerda renovada e que defende os direitos das mulheres, negros, LGBTQIA+ e indígenas. Segundo ela, essas lutas não são identitárias, mas sim questões de classe e desigualdade.

A nova presidente do PSOL também defende a indicação de uma ministra negra para o Supremo Tribunal Federal e afirma que sua gestão terá como prioridade ampliar o espaço para mulheres na legenda e nos cargos eletivos. Paula ressalta a importância de dar o exemplo e afirma que seria ruim ter um homem na presidência do partido novamente.

Com a mudança de liderança, três partidos de esquerda no Brasil agora têm mulheres como presidentes: o PT, presidido por Gleisi Hoffmann, o PC do B, com Luciana Santos à frente, e agora o PSOL, com Paula Coradi. A nova presidente do partido pretende continuar o trabalho de seu antecessor, Juliano Medeiros, e buscar a estabilidade e continuidade.

Paula também fala sobre as eleições municipais, destacando a importância de eleger Guilherme Boulos como prefeito de São Paulo e reeleger Edmilson Rodrigues em Belém. Ela acredita que começar a corrida eleitoral na liderança das pesquisas de intenção de voto dará uma vantagem significativa para a campanha.

O congresso do PSOL também aprovou uma resolução que permite alianças com partidos de esquerda e centro-esquerda para derrotar representantes do bolsonarismo. Paula vê isso como um ganho enorme para a esquerda no Brasil e destaca a importância de enfrentar o bolsonarismo e a polarização política.

No entanto, o congresso do PSOL também foi marcado por divergências e confrontos entre as tendências internas do partido. Paula descreve o incidente como lamentável e diz que os envolvidos serão punidos pelo conselho de ética da sigla.

Monica Seixas, deputada estadual do PSOL, destaca a importância de a nova presidente buscar uma resposta exemplar ao caso de violência e pregar a unidade interna do partido. Ela também elogia a chegada de Paula à liderança do partido, destacando a importância de ter uma mulher no cargo.

Em meio à turbulência, o PSOL busca estabelecer uma gestão estável e continuar lutando por seus ideais de esquerda renovada, diversidade, igualdade e combate à desigualdade social. A presidência de Paula Coradi traz a esperança de uma liderança comprometida com esses princípios e capaz de enfrentar os desafios que se apresentam.

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