Congressistas americanos viajarão a Taipé em apoio a Lai Ching-te, o presidente eleito de Taiwan, provocando reações de Pequim.

Prominentes congressistas dos Estados Unidos planejam fazer uma visita à ilha de Taipé nos próximos dias como forma de demonstrar apoio a Lai Ching-te, que foi eleito presidente de Taiwan nas eleições do último sábado (13). A demonstração de apoio contará com a presença do principal democrata do subcomitê para o Indo-Pacífico no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Ami Bera, além dos deputados republicanos Andy Barr e Mario Díaz-Balart, que são membros de uma bancada do Congresso voltada para as relações com Taiwan.

As visitas não param por aí. O influente republicano Mike Gallagher, que preside o comitê bipartidário para a China na Câmara, também planeja visitar Taiwan após a primeira delegação, o que certamente será observado de perto por Pequim. Essa movimentação segue a visita de Stephen Hadley e James Steinberg, ex-assessores de segurança nacional dos EUA, à ilha no domingo das eleições presidenciais.

O novo governo taiwanês apoiado pelos congressistas norte-americanos tem gerado incômodo em Pequim, que argumenta que essas visitas diluem o reconhecimento do princípio de “uma só China” por parte dos EUA. O regime chinês fez questão de criticar a notícia das novas visitas, reforçando sua oposição a qualquer forma de interação oficial entre os EUA e Taiwan.

Apesar da oposição chinesa, membros do Congresso americano têm um longo histórico de viagens a Taiwan como uma forma de demonstrar apoio à nação insular, sem ferir oficialmente o princípio de “uma só China” adotado pelos EUA em 1979. No entanto, essas visitas não vêm sem consequências. A ida da então presidente da Câmara Nancy Pelosi a Taipé em 2022 abriu uma crise que incluiu exercícios militares de grande escala pelo Exército chinês ao redor da ilha e a interrupção dos treinamentos militares com os EUA.

A expectativa é que mais delegações do Congresso façam o trajeto à Taiwan nos próximos meses, especialmente em comemoração aos 45 anos da Lei de Relações com Taiwan em abril. Essa legislação garante o fornecimento de armas de defesa à ilha por parte dos EUA, assim como a vigilância do país em relação a qualquer tentativa de determinar o futuro de Taiwan por meios não pacíficos, tornando-se um ponto sensível nas relações entre os EUA, Taiwan e China.

A reação de Pequim diante das próximas visitas dos congressistas americanos é uma incógnita, mas é esperado que sejam mais duras do que as anteriores devido à sensibilidade em torno dos temas da posse e do aniversário do Ato de Relações com Taiwan. O regime liderado por Xi Jinping tende a reagir mal a visitas de autoridades estrangeiras à ilha, como foi o caso da viagem de Michael Chase, do Pentágono, no ano passado.

Diante desse cenário, as tensões entre Estados Unidos, China e Taiwan continuam a se intensificar, levantando questões sobre o futuro das relações diplomáticas na região do Indo-Pacífico. A visita dos congressistas americanos a Taiwan certamente terá um impacto significativo no equilíbrio de poder na região e nas relações internacionais como um todo.

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