Os indígenas, liderados por Nega Pataxó e Nailton Pataxó, estavam pressionando as autoridades para “devolver o que é historicamente nosso”, de acordo com o irmão das vítimas, Manoel Muniz. A ocupação contava com a participação de indígenas de cinco aldeias da região, e o objetivo era reivindicar terras que consideravam historicamente pertencentes a eles.
A disputa por terra entre indígenas e fazendeiros na região de Potiraguá é longa, com mais de 20 anos de conflitos. No ano passado, o impasse se intensificou devido à votação do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF). A fazenda ocupada pelos pataxó está localizada fora dos 54 mil hectares já demarcados como reserva indígena, mas os indígenas alegam que estudos antropológicos comprovaram a ocupação histórica da área por sua etnia.
A situação se tornou ainda mais grave com a morte de alguns ocupantes da fazenda durante o conflito. Em uma declaração comovente, Manoel Muniz, irmão de Nega Pataxó e do cacique Nailton Pataxó, afirmou que “os fazendeiros chegaram atirando. Na confusão, quem conseguiu fugiu. Meu filho e minha neta estão entre os que ainda não apareceram”.
Este trágico episódio destaca a urgência de uma solução justa e pacífica para os conflitos de terra entre indígenas e fazendeiros, a fim de evitar mais tragédias como a que ocorreu em Potiraguá. A questão da demarcação de terras indígenas e a proteção dos direitos das comunidades tradicionais é uma pauta crucial para o Brasil, que abriga uma diversidade de grupos étnicos e culturais que exigem respeito e proteção de seus territórios tradicionais.