Conflito no Oriente Médio ameaça esforços globais contra as mudanças climáticas e aumenta risco de fraturas na cooperação

Os esforços internacionais para enfrentar as mudanças climáticas estão sendo prejudicados pelos conflitos crescentes no Oriente Médio. Isso gera preocupações sobre a fraturação do mundo já dividido, o aumento dos preços do petróleo e do gás, a inflação global persistente e a alocação inadequada de recursos financeiros para a guerra em vez de combater as mudanças climáticas.

A região em conflito é rica em petróleo e gás, o que aumenta os riscos. Os países tendem a priorizar o fornecimento de combustíveis fósseis em vez de fazer a transição para fontes de energia alternativas, mesmo após passarmos pelo verão mais quente já registrado no hemisfério norte.

Atualmente, os principais beneficiários desses conflitos são os produtores de armas e os países produtores de petróleo. Os preços do petróleo subiram ligeiramente, e as ações das empresas de defesa aumentaram. Esses eventos evocam memórias assombrosas do embargo árabe de petróleo em 1973, que abalou os mercados de energia.

Essa situação complica ainda mais a próxima rodada de negociações climáticas, marcada para o final de novembro nos Emirados Árabes Unidos, um estado produtor de petróleo. Se os conflitos se espalharem pelo Oriente Médio, será difícil alcançar um acordo global sobre qualquer questão, incluindo o combate às mudanças climáticas.

As próximas semanas serão cruciais para determinar se as nações conseguirão separar a diplomacia climática das crises imediatas. Os líderes dos Emirados Árabes Unidos enfrentam um desafio particularmente difícil, pois precisam unir os países nas negociações climáticas e ao mesmo tempo defender a causa dos palestinos no Conselho de Segurança da ONU.

Além disso, os conflitos no Oriente Médio ocorrem em um momento em que o mundo já enfrenta várias crises, como a pandemia, a guerra na Ucrânia e a fome em regiões pobres. Essas tensões geopolíticas e fragmentações no multilateralismo dificultam o progresso na cooperação global.

O aumento dos preços do petróleo também pode piorar a inflação global e afetar os esforços dos bancos centrais para controlá-la. Os Estados Unidos estão especialmente preocupados com esse impacto, que poderia diminuir o apoio dos eleitores ao governo Biden e torná-lo mais vulnerável aos ataques dos republicanos contra sua agenda climática.

Além disso, o aumento dos preços do petróleo tornará mais difícil atrair investimentos para projetos de energia renovável, especialmente em mercados emergentes e países em desenvolvimento. Mesmo os países ricos terão dificuldades em investir dinheiro público na transição para uma economia livre de combustíveis fósseis.

Por fim, a falta de cumprimento das promessas de financiamento climático por parte dos países ricos aumenta a raiva e a frustração entre os países de baixa renda. Além disso, mesmo que essas promessas sejam cumpridas, os investimentos em energia renovável precisarão ser muito maiores para alcançarmos as metas de redução de temperatura global.

Em resumo, os conflitos no Oriente Médio estão prejudicando os esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas. A situação complexa torna as próximas negociações climáticas ainda mais desafiadoras. Os impactos incluem o aumento do preço do petróleo, a inflação global, a alocação inadequada de recursos financeiros e a resposta insuficiente dos países ricos às necessidades dos países de baixa renda. É fundamental encontrar uma solução para separar a diplomacia climática das crises imediatas e garantir uma cooperação global eficaz.

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