Conferência global destaca luta contra o agronegócio e solidariedade à Palestina

Conferência Internacional de Reforma Agrária em Bali reúne líderes do movimento global

Na última sexta-feira, Bali, na Indonésia, foi palco da abertura da Conferência Internacional de Reforma Agrária, que reuniu líderes de movimentos sociais e ativistas de diferentes partes do mundo para discutir e debater as questões ligadas à luta pela terra e pelos direitos dos povos do sul global. O evento contou com a presença de representantes da Palestina, Ásia, África e América Latina, que compartilharam suas histórias e experiências na busca por justiça agrária.

Um dos temas abordados durante a abertura da conferência foi a questão da ocupação de terras e os impactos do agronegócio nas comunidades locais. Um dos palestrantes, que preferiu não se identificar, destacou que a retirada forçada das populações permitiu que o agronegócio se apoderasse das terras, evidenciando a exploração das comunidades mais vulneráveis. “Eles compram as terras de quem realiza os massacres. Então não é só uma luta pela terra, mas contra o agronegócio”, afirmou.

Além disso, os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza também foram amplamente discutidos durante a conferência. Os movimentos presentes expressaram solidariedade com o povo palestino e condenaram as ações israelenses, que já deixaram mais de 15 mil mortos. Yasmeen El-Hasan, da União de Comitês de Trabalho Agrícola da Palestina, classificou as ações de Israel em Gaza como um genocídio, denunciando ainda o uso da fome como uma arma de guerra devido ao bloqueio imposto pelo país à região.

A presença de representantes de movimentos africanos e asiáticos também foi destacada durante a conferência, que ressaltou a importância da união dos países do sul global na luta contra o modelo da monocultura exportadora e na pressão por políticas de distribuição e restituição de terras. Anuka de Silva, representante da juventude do Movimento Nacional para Reforma Agrária do Sri Lanka, enfatizou a necessidade de garantir o acesso à terra e aos recursos naturais para poder lutar pela agroecologia.

A conferência, que reforçou a importância da solidariedade global na busca por justiça agrária, marcou a criação de um comitê especial na Via Campesina para a região Árabe e do Norte da África, que conta com movimentos da Palestina, Tunísia e Marrocos. A presença e participação dos líderes e ativistas na conferência reafirmaram a necessidade de unidade e colaboração entre os povos do sul global para alcançar mudanças significativas na questão agrária e na garantia de direitos fundamentais.

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