Breton anunciou sua demissão em um comunicado, onde acusou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, de “governança questionável”. Segundo Breton, Von der Leyen incentivou a França a substituí-lo, o que culminou na indicação de Sejourne para o cargo.
O agora ex-comissário, conhecido por confrontar publicamente o bilionário da tecnologia Elon Musk e por seu papel na regulamentação das big techs da UE, afirmou que sua renúncia se deu após um pedido de Von der Leyen para que a França retirasse seu nome como escolha da Comissão em troca de um cargo supostamente mais influente.
Essa reviravolta também pode ser interpretada como uma disputa de poder entre Alemanha e França, os dois maiores pesos-pesados da União Europeia, sobre quem estabelece as diretrizes do bloco. A França, como segundo maior estado membro da UE, está ansiosa por um cargo importante na reorganização das instituições do bloco, após as eleições do Parlamento Europeu de junho.
Sejourne, o novo indicado da França, é um aliado próximo e ex-parlamentar da UE, com um perfil discreto no ministério das Relações Exteriores. Já Breton, ex-ministro francês e executivo de negócios, desempenhou um papel fundamental na formulação de regulamentações, especialmente na resposta à Covid-19 e nos esforços para impulsionar as indústrias de defesa.
A renúncia de Breton e a indicação de Sejourne refletem não apenas mudanças políticas na Comissão Europeia, mas também rivalidades internas e disputas de poder entre os países membros. Agora, resta aguardar para ver quem fará parte da nova equipe proposta por Von der Leyen, em um contexto de incertezas e tensões internas na União Europeia.