Comissão de Anistia realiza primeiro julgamento de reparação coletiva da história do país em abril, pedindo desculpas a povos indígenas e chineses perseguidos.

No dia 2 de abril, um marco na história do Brasil será estabelecido pela Comissão de Anistia, com o primeiro julgamento de reparação coletiva do país. Neste evento histórico, o Estado brasileiro irá pedir desculpas a dois povos indígenas e a um grupo de chineses que foram vítimas de perseguição política durante a ditadura militar.

Essa possibilidade de reparação coletiva foi viabilizada após uma modificação no regimento interno da comissão, como explicou a presidente, Eneá de Stutz e Almeida. Os primeiros casos a serem julgados envolverão os povos indígenas krenak e guyraroká. Segundo Almeida, esses grupos foram perseguidos como coletividade, sendo impossível separar as injustiças sofridas por cada indivíduo.

Um episódio mencionado no relatório da Comissão Nacional da Verdade destaca a crueldade cometida contra os povos indígenas, onde comunidades receberam roupas infectadas com o vírus da varíola. O caso dos krenak envolveu o envio de pessoas para um suposto reformatório que, na realidade, era um centro de tortura. As vítimas eram privadas de falar sua língua, submetidas a torturas e separadas de suas famílias.

Além dos casos dos povos krenak e guyraroká, será julgado o caso dos Nove Chineses, integrantes de uma missão diplomática que foram acusados de tentar iniciar uma revolução comunista no Brasil. A presidente da comissão ressaltou a importância simbólica da reparação coletiva, destacando que o objetivo não é uma compensação econômica, mas sim o reconhecimento do erro e o pedido de desculpas do Estado. Para Almeida, este gesto é fundamental para garantir que os erros do passado não se repitam.

Portanto, este julgamento de reparação coletiva marca um momento crucial na história do Brasil, onde as vítimas de perseguição política durante a ditadura militar finalmente receberão o reconhecimento e a justiça que tanto merecem.

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